Na avaliação do poeta Donizete Galvão, "Pássaro de Vidro nos apresenta um poeta em plena maturidade, rigoroso na sua concisão substantiva, em que a clareza e a leveza estão a serviço de uma poesia reflexiva e consistente. Vale ressaltar o acabamento impecável dos poemas que resultam em artefatos límpidos, sem rasura. (...) A justeza da palavra, a descrição sutil e a musicalidade são notáveis nesses poemas sobre o tempo, construtor de lápides. O oposto do pássaro é a serpente. A poesia de Machado quer ficar na "condição ambígua" conforme declara no poema Entre ave e réptil que encerra o volume. O leitor, portanto, pode-se deixar fascinar por essa "corda estendida / entre uma e outra / palavra / e sua falsa noção / de equilíbrio". Machado lança-se na poesia com a delicadeza e a precisão de um trapezista. Mostra-se hábil conhecedor do seu ofício."