A mobilidade inerente ao urbano não ocorre em igualdade de condições para todos os habitantes de uma cidade. Tal fato está relacionado ao processo de produção/apropriação do espaço urbano contemporâneo, que é reflexo e condicionante social e enseja, por consequência, desigualdades socioespaciais diversas. Pode-se mencionar, como exemplo, a segregação espacial induzida da população de baixo poder aquisitivo em áreas periféricas das cidades como produto desse processo de (re)produção e apropriação do e no espaço urbano. De modo geral, as periferias das grandes cidades brasileiras, entre estas as cearenses, caracterizam-se pelo provimento inadequado às pessoas que as habitam de serviços essenciais, como saúde, educação, lazer, entre outros, ensejando, por consequência, maior necessidade do exercício de mobilidade para suprir carências que, em geral, não são atendidas nos bairros nos quais essas pessoas residem, logo, a mobilidade, que deveria ser sinônimo de urbanidade, passa a ser (...)