Nos turbinados dos filmes sociais e políticos dos anos 1970 na Itália, a Autonomia é apresentada como um método intermediário entre Marx e a antipsiquiatria, a Comuna de Paris e a contracultura, o dadaísmo e o insurrecionalismo, o operaísmo com o feminismo e muitas coisas com outras muitas coisas. Mas, acima disso tudo, a Autonomia apresentou uma descontinuidade profunda com a prática do Movimento Operário oficial. Não era e nunca foi uma organização, mas uma multiplicidade que se organizava a partir de onde residia, trabalhava ou estudava os sujeitos que a deram forma. Na Autonomia, de fato, muitas autonomias específicas surgiram e coexistiram: dos operários, dos estudantes, das mulheres, dos homossexuais, dos prisioneiros, melhor, de qualquer um que escolhesse, a partir de suas próprias contradições, o caminho da luta contra o trabalho assalariado e o Estado, ou seja, um modo reluzente de subversão da vida. Se o Movimento dos anos setenta acabou sucumbindo às forças combinadas [...]