Em 31 de janeiro de 2002 foi assassinado o jornalista Daniel Pearl, correspondente do "The Wall Street Journal", o principal diário econômico do mundo. Enquanto fazia a cobertura jornalística dos acontecimentos no Paquistão, após o dramático 11 de setembro, e investigava possíveis conexões de Osama Bin Laden com os serviços secretos paquistaneses, Daniel Pearl foi sequestrado por radicais islâmicos e decapitado em Karachi. As estranhas circunstâncias de sua morte levantaram suspeitas e questionamentos entre políticos e intelectuais do mundo inteiro. Ao tomar conhecimento do bárbaro assassinato de Pearl, o filósofo francês Bernard-Henri Lévy decidiu escrever este livro. O autor entra em cena quase como romancista, ao colocar-se na pele da vítima, e transmitindo ao leitor a sensação real de como são as horas anteriores à execução de um inocente. Ao recriar e cumprir o itinerário de Pearl, Lévy desvenda os bastidores dos violentos complôs islâmicos contra a modernidade e a democracia e discute o ambíguo relacionamento dos EUA com o Paquistão, potência atômica e retaguarda do talibã. Mais grave; Lévy revela que Pearl estava a caminho de provar, com suas investigações, que o Paquistão representa, muito mais do que o lraque, uma verdadeira ameaça à paz mundial. Com isso, constrói um texto sólido, sustentado na apuração de fatos, com dois personagens principais; Daniel Pearl e Omar Sheikh, o assassino. A linguagem cortante e incisiva, a imaginação fértil a serviço da história e a indignação arrebatada do intelectual na busca incessante da verdade tornam a leitura desse livro essencial à compreensão crítica dos horrores que ainda dilaceram uma humanidade que, mais do que nunca, parece perder o rumo.