Esaú e Jacó, de Machado de Assis, foi publicado em 1904. Iniciava-se a República, e ainda havia uma forte reminiscência do Império. Trata-se de um romance diferente, comparado com os demais livros de nosso grande escritor, ainda que próximo, do ponto de vista da construção da narrativa, de outros livros de Machado de Assis, a exemplo de Dom Casmurro ou do Memorial do Aires. Em Esaú e Jacó não se percebe, aparentemente, uma possibilidade de futuro ficcional no contexto de uma disputa permanente de dois gêmeos em torno de uma mulher. É a opinião de John Gledson, professor da Universidade de Liverpool, autor de ensaio fundamental sobre a obra de Machado de Assis . Tem-se um enredo de algum modo incerto, que parece ostensivamente tentar confundir o leitor. Cuida-se de narrativa que enfatiza o ceticismo e o relativismo, ainda que não se revele indiferente . No núcleo, (...) a invencível hostilidade recíproca de dois irmãos gêmeos, de opostos temperamentos e de tendências opostas (...)