Linguagem feminina e identidade feminina nem sempre andam juntas na literatura. Essas semelhanças e dessemelhanças habitam o universo de escritores mundo afora. E Gracia Cantanhede conhece muito bem o caminho e os tormentos das descendentes de Eva em seus contos. Os textos são leves, mas profundos como um poço frio... de água límpida, daqueles em que a gente joga a moeda, mas não a ouve romper a superfície líquida... a escritora desenha perfis sentimentais, mentais, líricos e ácidos de mulheres às vezes fortes, às vezes vingativas, às vezes santas... é essa dialéticafeminina que move Gracia e atrai o leitor... uma maturidade de estilo e de estrutura criativa. Cáustica quando deve ser, pura no momento certo... sedutora...José Carlos Vieira