Fabrito era feio, "mais feio do que se possa desenhar". E era por causa disso que os colegas na escola não o chamavam pelo nome, mas por apelidos como Cavalinho-de-pau, Cara de morcego, Panqueca e até Placenta. Para evitar chacotas, preferia ficar desenhando sozinho durante o recreio na sala de aula. O livro Filhote de Cruz-credo, publicado pelo selo Girafinha (Editora Arte Paubrasil), história quase autobiográfica de Fabrício Carpinejar, trata da prática do bullying, essa implicância comum entre as crianças, que é narrada com humor, sem, no entanto maquiar a angústia que ela causa. Não é uma história triste. É, sim, a triste história alegre de um garoto que aprendeu a rir de si próprio e conquistou, no riso, o respeito dos colegas, além da menina mais bonita da escola.