Eloah confirma sua força de poeta e risca as coisas com os símbolos, captando o instante na ânsia de passar segura o voo. E tem a humilde-orgulhosa certeza de que nenhuma lagoa/ é tranquila/ para quem carrega/ o mar nas mãos (diz no poema dedicado a Iberê Camargo). Não tem medo de identificar-se com o que designa na experiência. Transforma-se nas coisas, pois cantar ou contar é ir respirando pelo desconhecido. Com a inteireza do desejo , ou indo pousar na ousadia de cada estrela . E ao se filtrar de flagrantes, visões, instintos, essa poesia simples e madura rebenta o cerne das imagens em beleza e verdade. E como Keats, a beleza é a verdade para sempre.