Nas últimas décadas rápidas mudanças afetaram as referências teóricas, a produção científica, a responsabilidade política, as metodologias e as práticas no campo educacional, aguçando descompassos e conflitos entre a velocidade da técnica e da ciência e o que é inerente à natureza mesma da educação, da escola, do pensamento, do ensino, da aprendizagem e da formação. No entanto, mantemos a convicção de que é possível educar e escolarizar sem perder de vista a tradição de pensamento que, a despeito de originariamente distante no tempo, continua a se fazer presente na constituição dos saberes contemporâneos, suscitando questionamentos que transcendem a dimensão do mundo tecnológico e reafirmando, na teoria e na prática, o sentido e a possibilidade de outras formas de educar, escolarizar, estudar, ler, escrever, ensinar, aprender e formar, para além das metodologias. Essas formas passam, certamente, pela esfera do pensamento. O livro visa á compreensão das relações entre a cultura, as artes, a estética, a experiência, as ideias, o saber, a escola e a formação, do letramento à pós-graduação; bem como suas possibilidades e limites, pressupostos e implicações, em especial na formação e autoformação dos seres humanos. No movimento do pensamento, da criação e da ação, a filosofia, as letras e as artes em geral certamente têm seu sentido e razão de ser, não em termos de espaço e de poder, de locus e pot stas, mas de autoridade, autor tas, ou seja, de ato de fazer crescer, de formar seres humanos, que também exerçam um ofício, participem da vida em comum, da vida política