O livro Iracema, de José de Alencar, levou quatro anos para ser elaborado, sendo lançado em 1865. Uma obra de arte, quanto mais bela, mais revela a riqueza do inconsciente de seu autor, tornando quase impossível separar uma do outro. Pensando assim, o escritor e psiquiatra Cleto Pontes revela, em seu livro Hipnos e Tânatos em Iracema de José de Alencar, o inconsciente do autor cearense, através do romance indianista Iracema, tomando como referência os irmãos mitológicos Hipnos (sonho) e Tânatos (morte), reverenciados por Homero na Ilíada. Cleto mergulha no universo do escritor, oferecendo ao leitor uma interpretação ousada e inteligente que, embora respeitando a distância que se demora entre mithos e logos (razão), procura apontar elementos que mostram ou revelam como o pensamento do escritor estava profundamente vinculado às lembranças do seu passado, à memória involuntária, à mitologia de sua terra natal, num jogo reflexo de claro (Hipnos) e escuro (Tânatos); mitologia essa corporificada na natureza e nas tradições histórica e culturais do Ceará. O livro contém na íntegra o texto Iracema, de José de Alencar.