Os três retratos presentes neste livro são tão vívidos pelo simples fato de que Vollard se dispõe a ouvir suas idéias sobre pintura e sobre pintores, com as vantagens inestimáveis de ter usado o melhor momento para fazer as perguntas e ter sabido o que perguntar. Como as telas de seus interlocutores, ele usa os diversos pontos de vista para multiplicar em vez de dividir. Mas o que vale no livro são as declarações de cada pintor. Cézanne critica Manet porque trabalha 'fácil'. Diz que Van Gogh pinta como louco. Exalta Ingres. Degas detesta Ingres. Também reclama de Manet, especialmente do tardio. E se irrita com a mania de pintar ao ar livre. Há também o que os outros dizem deles. De fofocas invejosas a comentários técnicos, o que este livro traz, é a prova de que um gênio só existe quando existe alguém para ouvi-lo. E entendê-lo.