DEUS DE CAIM - PRÊMIO WALMAP DE 1967 - Texto de orelhas escrito pela Profª Nelly Novaes CoelhoHá cerca de 40 anos, vindo de terras matogrossenses, surgia este iniciático Deus de Caim romance de arte maior que, qual arauto desconhecido, vinha anunciar a presença de um novo criador-de-mundos na Literatura Brasileira: Ricardo Guilherme Dicke. Escritor que surgia uma década após a chegada do grande Demiurgo Guimarães Rosa. Ambos pertencentes à geração literária Pós-Guerra Fria (1945-56) a que se viu face a face com um mundo paradoxal, brilhante/progressista, em acelerada expansão de limites, mas no qual vagava o homem pós-Darwin. O homem dessacralizado que, transformado pela Ciência de alma em lama, perdera o sentido último da vida. Na literatura, ele surgia como o homem interrogante, aquele que sonda o vazio existencial (Quem sou eu?) e, confusamente, sente que sua palavra tem a tarefa de substituir (ou redescobrir) a Palavra de Deus posta em questão.