A simplicidade de um texto pode encerrar muita sabedoria. Este cordel O viajante e o sábio, que Marcos Mairton nos apresenta, tem o sabor dos causos contados pelos avós e aponta para essa sabedoria. Em outros tempos, era assim que pensavam estar "educando", por meio dos melhores exemplos que conheciam: parábolas bíblicas ou fábulas pagãs, como a que oferecemos. Ninguém via nisso diretamente um método de educar. Mas era assim que nos preparavam para sermos homens de bem. Sob pretextos outros aplicavam inconscientemente lições de sensibilidade que ainda norteiam muitos poetas, inclusive os de cordel. De tanto ouvir e dizer poesia, o viajante agora é o sábio, que passa adiante as lições assimiladas. Aqui sábio e viajante são magistralmente apresentados por Mairton. Estamos, portanto, diante de um autêntico folheto de cordel, que entre tantas outras nos dá lição de grande sensibilidade. O viajante e o sábio demonstram a grande peculiaridade e riqueza da cultura popular.