Embora dirigidos a um público menor-de-idade, os poemas de gil veloso não têm prazo de validade- são poesia, e de grande categoria. isto não é apenas rima abra uma página e se depare. tudo canta, tudo embala, tudo faz fantástica magia, hipnotiza - e você não tira o livro da vista. neste mundo, a árvore sabe que nada é em vão- seus frutos fomentam o chão. o cachorro que manja macarrão se chama manjericão; a gatinha que tanto mia perde o fio-da-miada; a borboleta vira gravata no pescoço da girafa; o porco espinho fura (com sua acupuntura) o balão vaidoso do leão. e os caramujos (ensimesmados) se aconchegam na concha, enquanto (entretanto) quem passa gosmento é o tempo! as descobertas que esta poesia nos promete são muitas até metafísicas. e tudo com humor, com abundância. porque os coelhos que saltam da cartola do mágico se multiplicam infinitamente como os versos de gil no nosso espírito. ele mesmo o ovni, o ovo que no meio do caminho cria asas diante da criançada chocada dentre ela, eu. maria lúcia dal farra