Raro em nossa historiografia da arte um exame que relacione o percurso inovador da fotografia e o da pintura do século XX. As muitas revisões sobre o período geralmente tratam-nas como universos isolados, a não ser no caso de artistas que edificam as suas obras com registros de luz em teleobjetiva e pincel. A exposição, com curadoria de Paulo Venancio Filho e Marcia Mello, ofereceu a possibilidade de vermos as correspondências, permeabilidades, diálogos e influências, assim como tornou mais densa a história de nossa arte, no tempo que o Brasil sonhava ser moderno. E, hoje, “Duplo olhar” nos ajuda na clareza da importância dessa geração de artistas, a despeito da técnica ou do meio pelo qual se expressou.