Compreender a linguagem midiática é uma questão importante para a Geografia Escolar. Conceitos estruturadores do pensamento geográfico como território, paisagem e espaço estão constantemente presentes no vocabulário utilizado pelos noticiários internacionais. Para facilitar a compreensão do público sobre temáticas geopolíticas, os meios de comunicação de massa utilizam linguagens baseadas em estereótipos, maniqueísmos, clichês, truísmos e tipificações. Este tipo de abordagem dos fatos empobrece as análises sobre as relações internacionais. Não obstante, a influência do discurso midiático no ensino de Geografia é pouco mencionada em trabalhos acadêmicos de maneira geral. Após análise de diversas matrizes curriculares, é possível constatar que o uso pedagógico de diferentes mídias é uma questão negligenciada na maioria dos cursos de licenciatura em Geografia, fator que dificulta a formação de profissionais que estejam preparados para incorporar o material midiático de maneira satisfatória em sala de aula. Nesse sentido, este livro apresenta os resultados de uma reflexão teórica e pesquisa em campo que buscou compreender como professores e alunos decodificam os discursos geopolíticos da mídia. Constatou-se que a mídia ainda é o principal fator que condiciona os imaginários geopolíticos dos discentes. Por outro lado, grande parte dos educadores ainda concebe o material midiático apenas como mais um recurso didático e não como objeto de estudo a ser sistematizado em sala de aula.