Este livro é voltado para o estudo das obras do político italiano Francesco Guicciardini (1483-1540), contemporâneo do conselheiro Nicolau Maquiavel, parente do neoplatônico Marcílio Ficino. Francesco destacou-se como historiador e viveu em um momento de transição entre a medievalidade, regida por desígnios divinos e transformações da época moderna. Embora suas obras seguissem a forma de narrativa humanista, tinha visão dos fatos coevos e das repercussões políticas externas sobre seu país. Apesar da intenção de ater-se aos eventos, o florentino inseriu certos elementos irracionais: o Fado, a roda da Fortuna, a interferência dos astros em destinos individuais e coletivos. As considerações finais do livro são dedicadas a arte de escrever e, como bem ressaltou a autora, navegar pelo pensamento de Guicciardini é como realizar uma viagem desconhecida a bordo de um veleiro frágil em "...uno mare concitato da'venti".