O livro estuda as relações entre a educação brasileira e as Exposições Internacionais, Nacionais e Congressos ocorridos em sua órbita, no período de 1862 (Exposição de Londres) a 1922 (Exposição do Centenário da Independência, Rio de Janeiro). Situa como o Brasil participou dessas manifestações de celebração do progresso que representaram a educação como um dos pilares centrais para a edificação e normatização da sociedade ocidental moderna. Analisa como diferentes grupos sociais debateram propostas relativas a um conjunto de instituições educacionais, na perspectiva de promover a educação moral e a incorporação dos indivíduos na sociedade de classes. Na primeira parte verifica-se como, no interior das Exposições Internacionais, atribuiu-se o signo de civilização, de progresso e modernidade à educação, e a participação brasileira neste processo. Na segunda parte, analisam-se os Congressos internacionais e nacionais ocorridos principalmente durante as Exposições, em que vários setores discutiam e formulavam propostas para as instituições educacionais. Identificam-se as articulações e as propostas relativas ao quadro de instituições educacionais, especialmente quanto à educação popular. As ênfases na ciência e na infância, os interesses religiosos e a influência do pan-americanismo são aspectos destacados. Na terceira parte, abordam-se as propostas pedagógicas veiculadas nas Exposições e nos Congressos. Analisam-se as idéias relativas à educação moral, ao civismo e ao ensino religioso, temas de intenso debate, ao lado dos novos métodos e materiais pedagógicos, referenciados em uma "pedagogia do progresso", e a sua influência na organização das Exposições. Nas conclusões, analisam-se as ambigüidades presentes nesse processo: a educação popular, no Brasil, era pensada como elemento ordenador de uma estrutura social com altos graus de exclusão.