"A longa luta de conquista da cidadania pelos trabalhadores rurais, no Brasil, passa pela construção do sindicalismo rural e do trabalhismo agrário na década de 1960 – movimentos e tendências políticas que, caudatárias da herança getulista, se empenharam na consolidação agrícola em suas variadas formas. E, este livro, traz uma importante contribuição para o entendimento da institucionalização do sindicalismo naquela década. Ao indagar-se sobre o motivo pelo qual a sindicalização rural teria se realizado naquele período e não em outra conjuntura - tendo em vista que o conflito de terras e a resistência das classes dominantes são constantes na história do país -, a autora conclui que o trabalhismo agrário se desenvolve em conseqüência de suas próprias necessidades e das demandas autênticas do movimento popular, e não meramente como explicação da crise institucional ou como instrumento de controle e negociação dos interesses da classe operária. Com base nisso, a análise detalhada do perfil dos inúmeros atores que participaram na articulação e da fundação do sindicalismo agrícola fornece uma visão abrangente de um processo que nos permite melhor entender seus desdobramentos atuais."