" Eu queria captar a natureza sofrida. Comecei a fotografar para ver melhor, de mais perto, além do olhar. Descobri a cor, as terras de puro pigmento, as cores que são de matérias. Há centenas, ocre, cinza, marrom, verde, uma escala imensa de vermelhos. Desde 1964, todas minhas cores vêm de Minas e tenho uma grande reserva em Nova Viçosa. São terras que apanho no chão ou pedras que quebro com martelo e trituro mais ou menos finas segundo o que quero dar á matéria. Eu provavelmente chamei a atenção sobre as terras no Brasil. Os artistas têm razão de usa-las. Não há porque privar-se delas! Eu apanhava madeiras mortas nos campos mineiros e fiz as minhas primeiras esculturas dando a elas cores de terras. Queria dar-lhes uma outra vida. Era meu período ingênuo e romântico."