Arqueologia de um ator investiga o ofício do artista da cena não no que diz respeito aos procedimentos técnicos de sua arte, senão escavando sua interioridade em busca da singularidade de sua expressão. Ao longo da trajetória de ator, diretor e professor de teatro, Marcelo Lazzaratto, o autor desta arqueologia poética, chegou à seguinte reflexão: o ator não representa nem interpreta personagens, mas manifesta heterônimos. Para tanto, esta obra debruçou-se sobre um sítio arqueológico-poético o corpo do ator. Nele, Lazzaratto investigou/escavou duas camadas sedimentares: a criatividade e a memória. E, como resultante, por meio de um jogo entre os conceitos singularidade e alteridade, memória individual e coletiva, construiu a imagem heteronímica do trabalho do ator. Como parceiros poetas, cineastas, filósofos e cientistas, que, em suas obras e seus estudos, trouxeram em si a sensação de se perceberem múltiplos, Fernando Pessoa, Walt Whitman, Jorge Luis Borges, William Blake, [...]