O presente livro propõe trazer para o campo histórico um dos mais notáveis pensadores africanos do século XX: Léopold Sédar Senghor (1906-2001). É uma das primeiras vezes cuja vida e a obra desse escritor senegalês é trabalhada nos campos da História e seus primeiros escritos ilustram como se constituiu o Movimento de Négritude. Surgida em meados da década de 1930, essa movimentação foi encabeçada por Senghor e contou com a participação de Aimé Césaire (Martinica) e Léon Damas (Guiana), ambos responsáveis por dar início a um debate cultural sobre o ser negro. A obra buscou demonstrar como arte, literatura e as representações de África estavam em voga desde as primeiras décadas do século XX. Enfatizando as influências literárias e parte dos expoentes do pan-africanismo, é possível perceber as fontes intelectuais de Léopold Senghor na ambiência norte-americana. Ainda foi possível perceber como as primeiras percepções de África e négritude em Senghor surgiram, recuperando alguns dos autores relacionados por ele. Por meio de seus escritos é possível perceber não somente o conceito de négritude, mas como o estilo negro e a alma negra ficavam em evidência destacando e valorizando o pensamento negro-africano. Em relação de equidade com a intelectualidade francesa da metade do século XX, Léopold Senghor pôde demonstrar as contribuições e atributos dos negros, desenvolvendo em seus escritos argumentos preocupados em desmistificar o falso preceito de inferioridade intelectual dos negro-africanos. Destarte, a narrativa do livro converge para a atuação intelectual de Senghor e de Aimé Césaire, esse último responsável pelo avanço do conceito de négritude. Um dos momentos fundamentais na construção dessa narrativa foi perceber a crítica de Senghor à assimilação e ao colonialismo, levando em conta como ela se esparzia no campo cultural. Assim, a experiência de ser negro no mundo se modificou mediante as demandas políticas [...]