Ainda muito cedo, e muitas vezes, minha mãe me falou sobre miscigenação e diversidade, e que o mundo só é bonito por causa disso. Vivi essa experiência fantástica nas décadas de 1960 e 1970, quando era criança e adolescente ali havia muitos terreiros para divertidas brincadeiras e largos açudes para compridos banhos, e eu julgava que o mundo girava somente naquele entorno, onde percebi que os negros gostavam que nós os chamássemos de negros, e os indígenas respondiam com alegria quando alguém os chamava de índios ou indígenas.Vivendo naquele pequeno território, de muita tranquilidade, fartura e harmonia, eu nunca tinha ouvido falar em Dandara, Esperança Garcia, Tia Ciata ou Clementina de Jesus. Nem mesmo dentro da escola. Vim conhecer essas e outras mulheres maravilhosas e inspiradoras depois de adulto, já morando em São Paulo, dentro da universidade. Ali comecei a me interessar por elas.