Para os autores ³clássicos² que escreveram sobre os partidos políticos entre o final do século XIX e a metade do século XX ­ de Ostrogorski a Michels, de Weber a Duverger ­, o ponto de partida era constituído pela idéia de que, para compreender atividade, funcionamento e transformações dos partidos, era necessário revelar o ³cerne organizativo², reconhecer que os partidos são, antes de tudo, organizações, e que a análise organizativa deve, portanto, preceder qualquer outra abordagem. Essa perspectiva também constitui o ponto de partida deste volume. Utilizando contribuições que derivam de tradições disciplinares diversas, o autor desenvolve uma pesquisa histórico-comparativa da vida de diversos partidos europeus e apresenta novas hipóteses sobre as relações partidos-ambiente, sobre os fenômenos de burocratização, sobre os fatores políticos em jogo nas transformações organizativas. Além de apresentar um esquema interpretativo geral para o estudo da mudança nas organizações de partido, o volume tenta esclarecer as tendências mais genéricas de mudança das sociedades ocidentais e as pressões e desafios inéditos que estão atingindo as democracias pluralistas