“A matemática absurda do amor. O saldo negativo é também resultado de meu investimento. De nada me valeu poupar e me preservar para o futuro. Achei que diante do esforço desprendido eu era merecedor. E fui contrariado. O capital do amor é sempre liberal. É deficitário o amor e isso pouco lhe importa. O amor não sabe gerenciar sua dívida. Consumir, consumir e consumir já, até a exaustão, até à míngua. A economia do amor. O preço do amor. Nos deixa miseráveis o amor.” Em A Casa Comum, um narrador arguto e criativo registra com sutileza delicada e contundente as artimanhas do discurso amoroso, que tanto se impõe quanto, inexplicavelmente, se afasta. Indomável. Imprevisível. Da casa comum à casa desabitada: a beleza está na travessia, que bem merece ser trilhada pelo leitor. “A matemática absurda do amor. O saldo negativo é também resultado de meu investimento. De nada me valeu poupar e me preservar para o futuro. Achei que diante do esforço desprendido eu era merecedor.