O presente livro reúne evidências, dados e estatísticas para demonstrar que o processo de flexibilização dos mercados de trabalho europeus, ocorridos desde pelo menos os anos 1980, não resultou em redução de taxas de desemprego, conforme era apregoado pelo receituário neoliberal de política econômica da época. A redução dos Direitos Sociais, a redução dos custos de contratação e de demissão da mão-de-obra e a adoção de medidas devotadas à desregulamentação dos mercados de trabalho promoveram, na verdade, maior concentração de renda, maior insegurança no Mundo do Trabalho e queda dos rendimentos reais auferidos pelos trabalhadores. O cenário político/ideológico que consolidou a remoção dos marcos regulatórios dos mercados financeiros, com os resultados hoje conhecidos. O livro de Fernando Mattos evidencia, portanto, uma crítica ao Capitalismo Desregulamentado que passou a vigorar a partir da contra-revolução liberal/anti-keynesiana que se consolidou como uma reação à Ordem Econômica e Social que havia sido construída no pós-II Guerra e que fora responsável por uma era de prosperidade econômica e melhoria do perfil de distribuição de renda na maior parte dos países.