A obra que Rodrigo Meira Martoni consagra à teoria crítica do turismo constitui uma grande honra para os que se dedicam à pesquisa e à reflexão. Além disso, ela é para mim uma fonte de emoção e de esperança, porque aparece exatamente 21 anos depois da dissertação que apresentei em 1998 e que introduzia a questão do método como um problema central para uma epistemologia do turismo. Falar do turismo como uma teoria social, elevando-o a um objeto de conhecimento, constitui uma autêntica provocação que pode apresentar-se em cenários intelectuais diversos, cuja unidade sobre seu aporte de cientificidade, no entanto, ainda não foi estabelecida. Ao ouvir a palavra turismo, há quem se sinta tomado por desdém quanto a sua reflexão e teorização, fato que leva à adesão a uma posição reificada ou promove a ilusão de que a realidade é somente o percentual quantificável ou experimentado pelo eu. Assim, o turismo reduz-se à reprodução das práticas expressas pela gestão dos destinos, (...)