Um homem passeia pelos Alpes suíços, percorrendo aldeias remotas e caminhos campestres na companhia de um amigo. Outro perambula por uma Moscou frenética, em busca de amor, velhos brinquedos e horizontes utópicos. Um terceiro vagueia pela Cidade do México, testemunhando a agonia de sua própria juventude e dos sonhos de sua geração, vivendo uma lenta glória apocalíptica marcada desde o início por uma tonalidade crepuscular. Robert Walser, Walter Benjamin e Roberto Bolaño são os autores que passeiam aqui nesses textos de Cristopher Dominguez Michael que, com excelência e graça, nos leva a transitar junto com eles em suas deambulações pelo feérico século XX. Artífice maior dessa combinação rara – a do resenhista jornalístico que trabalha com a intensidade inquisitiva do ensaio –, Dominguez Michael nos convida aqui a pensar com ele uma questão que, embora antiga, parece ainda fundamental: