Aluisio Azevedo nos mostra o universo do trabalho sendo elaborado a partir da diferenciação das classes sociais, em que retrata a classe média oitocentista e seus problemas: o casamento, as finanças, a juventude, heranças, intrigas, etc. Tudo gira em torno de duas personagens principais: Teobaldo e André (o Coruja). Eles se apresentam antitéticos, mas interligados dialogicamente. André é feio, tímido, introspectivo, taciturno, órfão e, sobretudo, pobre, sofrendo toda sorte de privações materiais e sentimentais. Por outro lado, compensa-se, sendo também perseverante, ordeiro, organizado, metódico, inteligente, trabalhador e de grande coração. Já, Teobaldo (que tem suas raízes na elite brasileira, era filho do Barão de Palmar, um senhor e traficante de escravos, pertencente à aristocracia da terra), é belo, vivaz, extrovertido, alegre, "olhos maravilhosos e sedutores", amado pelos homens e pelas mulheres (que o perseguem ao ponto de ele querer ser feio), ansioso, jamais termina um trabalho, vaidoso ao extremo, egoísta (tudo gira em torno dele).