E qual é o ser humano que não é um ator? De acordo com esta linha de pensamento, um ator seria uma criatura sem livre-arbítrio e, portanto, isenta de qualquer culpa. Mas é exatamente essa culpa que se imprime no papel que ele está representando neste exato momento! E é aí que está o paradoxo: não levaram em consideração "quem veio antes" - alguém que ele próprio havia sido, por assim dizer, em um período de existência decorrido anteriormente. Um predecessor que acabou virando a mosca na sopa que agora ele tem de tomar. Ou, dito em linguagem bíblica: o cálice da amargura que ele tem de sorver - até o fim. E o que não pára de ser servido aos atores senão o "sorvo do esquecimento", para que não venham a suspeitar da existência dos pontos - e até, de vez em quando, escapar deles? Ora, isto mudaria radicalmente o mundo!