A vida religiosa autêntica entra dentro do dinamismo oblativo de Jesus Cristo e configura-se ra­dicalmente a ele. Como é sabido, toda a vida cristã deve ser oblação agradável ao Senhor e há-de nortear-se pela observância fiel e constante da vontade de Deus. Os religiosos e religiosas, porém, mais do que outros, são chamados a viver intensamente este misté­rio de comunhão profunda com Deus, mediante a oferta radical das suas pessoas ao Senhor. "O próprio estado religioso - afirma o Concílio - imita, mais de perto, e perpetuamente representa na Igreja aquela forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar no mundo para cumprir a vontade, do Pai e por Ele foi proposta aos discípulos que o seguiam" (LG 44). Por impulso do Concílio, os Institutos Reli­giosos lançaram-se geralmente num amplo trabalho de renovação e adaptação das suas estruturas, de revisão dos seus textos constitucionais e jurídicos, de redescoberta e actualização do seu carisma fundacional. Tem sido um esforço imenso, que não deixará de se traduzir em frutos benéficos. (...)As reformas estruturais são necessárias, mas hão-de servir, como sabemos, para se atingir o objectivo primeiro, que é o encontro pessoal de cada religioso com Jesus Cristo, em profundidade. Só esse encontro possibilita uma experiência forte do Deus vivo; e só assim as pessoas se transformam por dentro e se abrem à doação plena de si mesmas ao Pai e aos irmãos.