O MERCOSUL não é apenas um processo de integração entre seus membros, mas também um mecanismo de relacionamento com o resto do mundo. O compromisso do MERCOSUL de que o bloco deve ser sempre negociar em conjunto com quaisquer parceiros de fora da região é uma das pedras angulares do agrupamento. No passado, a defesa desse principio - sem o qual o MERCOSUL não sobreviveria - custou grandes esforços ao Brasil, mostrando que, para a política externa brasileira, fundamental preservar esse instrumento único de relacionamento externo que constitui o MERCOSUL. Mas o bloco necessita assumir uma postura ativa, e não somente reativa, nas relações com o resto do mundo: para isso, é indispensável se desenhar uma estratégia coerente, baseada nos projetos de desenvolvimento doa próprios países do bloco, buscando um novo tipo de acordo comercial, em lugar de repetir os modelos existentes, todos eles calcados nos interesses dos países desenvolvidos. É preciso, também, contar com instrumentos para a execução dessa estratégia, como pro exemplo uma "comissão negociadora comum". Essa é a linha de pensamento explorada em O MERCOSUL: negociações extra-regionais. Trata-se, em suma, de discutir os pontos de articulação entre, de um lado, os interesses nacionais dos países do bloco e, de outro, o próprio MERCOSUL como meio de inserção internacional desses países, para daí procurar deduzir os elementos de uma estratégia conjunta de negociações comerciais.