Nesta obra, Milner examina a hipótese segundo a qual a linguística é uma ciência, no mesmo sentido em que uma ciência da natureza pode ser uma ciência (p. 16). Para tanto, assume a perspectiva de que se deve aplicar à linguística os mesmos conceitos que aplicamos às ciências da natureza (p. 16). Isso não é sem consequência para a linguística nem para o linguista, que não poderá mais ignorar os limites e o alcancede seu fazer no campo das ciências. Não basta dizer que a linguística é uma ciência; é preciso, antes, dizer em que termos ela se configura como ciência. É preciso indagar à linguística sobre o que há, na sua configuração epistêmica, da matematização galileana; sobre o que a torna diferente das antigas práticas da análise gramatical; sobre o que ela delimita como objeto ao dizer linguagem, língua, línguas ou algum outro conceito adotado como objeto de investigação (fala, vernáculo, competência, língua-I, corpus etc.). Para responder a essas e a inúmeras outras [...]