A história do homem que ajudou a fazer da Saraiva uma das principais editoras e a maior rede de livrarias do Brasil .O atual vice-presidente do conselho de administração do Grupo Saraiva, Ruy Mendes Gonçalves, teve uma participação decisiva na história da companhia. Dirigiu a Saraiva por trinta anos, até deixar o cargo de diretor superintendente, em 2003. Nesse período, a Saraiva passou de uma editora que se encontrava em dificuldades financeiras, com apenas uma livraria em São Paulo, a uma das maiores editoras de livros didáticos e a maior rede de livrarias do Brasil. Com a aquisição da Siciliano, em 2008, a Saraiva possui hoje 3.900 funcionários, com 90 lojas próprias, além do site de comércio eletrônico. Aos 73 anos, Ruy continua a participar das principais decisões estratégicas da Saraiva em sua marcha expansionista, que fez o grupo alcançar um faturamento de R$ 1,2 bilhão de reais em 2008 e alcançou os R$ 900 milhões de reais até o terceiro trimestre deste ano. Este líder extraordinário revela em O Serelepe como ajudou a empresa de 95 anos a adaptar-se aos tempos e crescer com as oportunidades. Isto sem perder os fundamentos de sua cultura, iniciada com a loja de Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva nas vizinhanças da Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, as chamadas Arcadas, e a editora inicialmente dedicada aos livros jurídicos - área em que preserva até hoje sua liderança e a base de sua tradição. Na autobiografia de Ruy, as lições de administração se misturam às lições de vida e ao relato de outras pessoas que dão à sua história múltiplas faces. Dela emergem tanto a figura do profissional determinado como a do transformador de vidas. No comando da Saraiva, esteve à frente do processo de profissionalização da empresa, da sua conversão em companhia de capital aberto nos moldes contemporâneos e da implantação no Brasil da Mega Store. Cerca de 30% das livrarias da rede seguem hoje o conceito da livraria completa. Ruy fez a companhia atravessar as turbulências econômicas ao longo de décadas e firmar-se como um caso de sucesso de uma empresa brasileira que ganhou impulso mesmo no momento da globalização e do aumento da concorrência internacional. A Saraiva é também hoje paradigma de uma empresa de comando familiar, com uma gestão profissionalizada e cujas ações são negociadas na bolsa de valores. Foi capaz também de mostrar como alguém marcado por dificuldades na infância, decorrentes da perda precoce do pai, pode moldar-se para uma carreira brilhante. Formado em Administração de Empresas, com mestrado pela Fundação Getulio Vargas, juntou à sua vida dedicada ao trabalho uma certa vocação para a boemia, o temperamento forte e uma franqueza para falar dos assuntos mais difíceis que dão ao seu relato a vivacidade e a emoção de quem lê um verdadeiro romance. O Serelepe é o retrato de um homem inquieto, capaz de sempre renovar-se, como revela o motivo final que o levou a deixar suas memórias em livro: o nascimento de Ruy Quintino, que fez dele pai pela quinta vez, aos 73 anos. Assim, com o sucesso nos negócios e o filho recém-nascido, o livro de Ruy ganha contornos de uma grande jornada pessoal. Um retrato da vida como ela é, com um desfecho duplamente feliz, no trabalho e na vida pessoal.