Agustina Bessa-Luís e Manoel de Oliveira, além de serem dois dos maiores intelectuais portugueses contemporâneos, são amigos e companheiros de trabalho. Nesse rico diálogo, compartilham memórias, discutem idéias, notícias e falam de sentimentos. Na relação dinâmica entre os dois, nem sempre de todo concorde, o que se destaca é o valor altíssimo conferido por ambos à palavra e à imagem. A "magia" da palavra e a força da imagem seduzem tanto a romancista quanto o cineasta; com meios artísticos diferentes, os dois realizam uma tentativa de escavação dos sentimentos humanos em busca da "origem primordial", da "verdade", apesar de terem consciência de que ela é ontologicamente ilusória.