As lutas populares na América Latina e os governos progressistas: crises e desafios trata das transformações políticas dos últimos vinte anos em nossa região. Os autores se propõem a analisar a dinâmica da luta de classes desde a implementação do neoliberalismo: de que maneira as lutas populares, nos diversos países, especialmente na Venezuela, Bolívia e Equador, construíram diferentes respostas e alternativas a esse projeto; e, também, de que maneira as classes dominantes se reorganizam para continuarem dominando. Tomando como base teórica autores clássicos do marxismocomo Lenin, Rosa Luxemburgo e Gramsci e a preocupação desses marxistas com relação à construção de instrumentos de luta dos trabalhadores em uma perspectiva revolucionária, Paula Klachko e Katu Arkonada procuram recuperar essa tradição sem desconsiderar as características históricas e sociais dos diferentes países da América Latina. Este material consegue unir o rigor da pesquisa com a perspectiva militante, o que faz dele importante subsídio para compreender e transformar a nossa realidade. O livro é um grande esforço de análise e síntese do que aconteceu de mais importante na luta de classes e nas disputas de projetos em nosso continente. Os autores partem de conceitos de clássicos do marxismo, como Lenin e Gramsci, para decifrar o que aconteceu por aqui. Porém, eles não os aplicam como um manual ou uma cartilha, ao contrário, utilizam estes conceitos considerando as características históricas e sociais da América Latina e de suas lutas para compreender as transformações da realidade. Nesse sentido, utilizam como terminologia a luta dos ‘de baixo’ se referindo às classes populares, que estão cada vez mais pulverizadas e atomizadas, em todos os países do continente fruto da nova reestruturação da base produtiva; dialeticamente, ‘a luta de cima’ não como sinônimo da luta da burguesia, das classes opressoras, mas sim como sinônimo da luta institucional, vinculada às disputas de projetos para o país.