“Seja por mais ética ou sob novas estéticas, pensemos a liberdade talvez através da máxima de Nina Simone, em que “ser livre é viver sem medo” de si e do mundo que nos cerca, representificar o passado, re-conhecendo em suas próprias marcas que a vida só ocorre ao se lutar também por todas as vidas. Por vidas tomadas pelas instituições como indignas de luto ou como baixas “acidentais” – contingências de um percurso administrável , tais como o de todas as mulheres – majoritariamente negras e pobres – que morrem em decorrência de abortos ilegais no Brasil, das mulheres cujas vidas são amputadas em seu máximo através do feminicídio, daquelas invisibilizadas e silenciadas pelo sistema penal ou aquelas repreendidas pela moralização dos corpos desse sistema hierárquico de valores heteronormativo masculinizado.