O Almanach é um género cuja história remontará à antiguidade, versando temas civis e religiosos diversificados conforme as necessidades de época. No caso português, o Almanach perpetuum de A. Zacuto exemplifica, com as suas Tábuas astronómicas de navegação, um sentido de utilidade que, com a passagem dos tempos, se enriqueceria, como sugere o lema Instruir, educar e recrear do Almanach Luso-Africano. Repartido em Agenda e Miscellanea, reune uma larga diversidade de campos de informação útil e de lazer em domínios de índole enciclopédica. Em Miscellanea/colaborações, o vol. de 1895 cinge-se a nomes cabo-verdianos, enquanto o de 1899 já regista a presença de outros espaços de língua portuguesa, facto que permite dizer-se do Almanach Luso-Africano ter sido um caso notável justificado pelo seu sucesso, caso que, com um século de antecedência, colaboraria no que se pode designar hoje de espírito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).