O argumento mais importante deste livro, em torno do qual gira boa parte do seu conteúdo, é a idéia de que os idosos precisam ganhar bem, contra essa onda neoliberal, que reduz o montante das aposentadorias no mundo todo, o que não é diferente no Brasil. O leitor deve ter percebido logo que este não é um livro de auto-ajuda, muito ao contrário, é um pedido de ajuda, um grito de socorro. E, nesse sentido, ele não é dirigido exatamente aos idosos, embora deva ser lido por todos aqueles que assim se consideram. Estes, obviamente, gostarão de lê-lo para concordar ou discordar de algumas de suas teses - o que pode gerar debates importantes entre esta narradora e o público leitor. Este livro discutirá diversas questões relativas ao envelhecimento de um país do Terceiro Mundo que enveredou pelo aprofundamento das relações capitalistas da contemporaneidade, sem resolver alguns problemas agudos decorrentes do seu atraso histórico. É por isso que os textos se dirigem à sociedade como um todo - uma sociedade em processo de envelhecimento. O Brasil está deixando de ser aquele país jovem, no qual sobravam filhos, genros e noras, além de netos em profusão, integrados à família extensa que abrigava relativamente poucos idosos. Cuidar dos idosos não era, então, um sério problema, na medida em que um grande número de adultos jovens - especialmente mulheres - estava à disposição para tal. E é por isso que este livro tem que ser lido por todos, para que o clamor da sociedade seja ouvido pelos políticos. Afinal, a humanidade pode ser dividida em duas grandes categorias: a dos idosos atuais e a dos futuros idosos. Assim, a leitura destes textos pode fornecer a todos, os argumentos para lutar pelos seus direitos.