Originada da cultura e da sociedade ocidental, capitalista, burguesa, liberal etc., do século XIX, a nossa concepção de juventude ainda é marcada por caracteres definidores e legitimadores cientificistas, baseados em uma noção evolucionista do ser humano e das coisas. A determinação de estágios da vida bem circunscritos responde aos inúmeros projetos sociais disciplinadores, 'ocidentalizados', liberais, socialistas etc., que pretendem guiar os indivíduos expostos às vicissitudes do mundo moderno desencantado, durante períodos da vida em que estes indivíduos estão se formando física, psíquica, social, cultural e politicamente. Projetos estes que não apenas constroem inúmeras representações sobre 'os jovens', a juventude e o ser jovem, mas que também constroem juventudes de fato- efêmeras ou estáveis, submissas e disciplinadas ou revoltadas e radicais, influentes ou influenciadas, agitadoras ou consumidoras etc.