O prazer, a paixão e a liberdade da arte da escrita otomana. Sacrifício e relacionamentos conturbados dificultam encontro de calígrafa com universo da tradição dos arabescos e iluminuras A Turquia contemporânea, seus mistérios e misticismos, é o cenáriode A noite dos calígrafos, romance que narra a história de Rikkat Kunt, uma jovem turca cuja paixão pela caligrafia e pelos arabescos lhe dão sentido à vida. Yasmine Ghata, autora francesa de origem turca, narra uma história familiar repleta de sensibilidade, em que resgata o ofício dos calígrafos, profissão suprimida após a aboliçãoda língua árabe na cultura otomana. A caligrafia é um mistério. No islã, não existem fotos de Deus ou do Profeta. É proibido representá-los. A caligrafia era a única maneira de representar as divindades e as pessoas sagradas. Rikkat Kunt descobre seu gosto pelas palavras, arabescos e iluminuras ainda adolescente e se especializa na arte com os principais mestres do ofício. Cada um deles era considerado um servo de Alá, movidos pelo desejo de agradá-Lo com as mais belas palavras e desenhos. Mas no ano de 1923, a Turquia rompe com o Islã e a língua e escrita árabes ficam ameaçados. Escolas e ateliês perdem alunos. Os mestres e os demais operários da escrita tornam-se membros à parte da sociedade.