Teoria materialista do Estado é notável e original contribuição ao entendimento do capitalismo em suas transformações recentes. A elabora­ção teórica de Joachim Hirsch sempre enfatizou que o capitalismo não subsiste sem um Estado forte. O que se oferece agora, contudo, é uma obra-síntese, em que o tema é retomado na desconstrução do neoliberalismo e da "re-regulamentação" que, na crise atual, trouxe de volta o Estado, que aliás sempre aí esteve - nas diversas formações históricas do capitalismo. Porque procura ser marxista, este trabalho teórico implica pratica política, não apenas de resistência civilizatória, mas de avanço efetivo pela via de um "reformismo radical": acumulação e confluência de todas as forças democráticas. Uma busca de enfrentamento à barbárie, às muitas soluçlões sem democratização, à individualização nulificante da dignidade humana. Esta obra de Joachim Hirsch é uma teoria materialista do Estado; refletindo sob a dimensão da dialética, o autor entende que o Estado capitalista - tal como a mercadoria" ou "dinheiro" - ­não é uma coisa, um sujeito ou uma organização racional, mas um complexo de relação sociais. Destarte, na boa tradição do marxismo clássico, Teoria materialista do Estado é, sobretudo, uma crítica da sociedade burguesa e do Estado capitalista.