Analisa-se o tripé de interesses formado pela indústria farmacêutica, agências de publicidade e empresas de comunicação que objetiva elevar o consumo de produtos farmacêuticos no país. É resultado de estudo que discute a pressão mercadológica que cria supostas necessidades terapêuticas que levam ao consumo de produtos que possuem significantes riscos, com possibilidade de que se multipliquem reações adversas com seu uso incorreto. Desde 1995, os produtos farmacêuticos são a principal causa de intoxicação humana no país. Com base na análise de 100 peças publicitárias de medicamentos, ao se comparar o conteúdo de suas mensagens com as disposições da Resolução 102/2000 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que tenta estabelecer limites à propaganda farmacêutica, chegou-se à conclusão que todas as propagandas infringem a norma. Além de demonstar a fragilidade da resolução criada para proteger o cidadão, este livro discute o próprio modelo de regulação adotado, que não alcança a finalidade a que se propõe.