Entre Sócrates e Cristo, Kierkegaard se esforça por falar no silêncio, procura o leitor "que compreende à distância". Para descobrir o sentido e a abrangência de sua obra, podemos situá-la entre uma melancolia radical (desespero silencioso) e um amor muito puro, apaixonado, mas não egoísta. Esta coletânea revela três momentos da sinfonia que ele escreveu, em obras assinadas ou pseudônimas. Mais que o ético-existencial, encontramos aqui as facetas estética e religiosa do autor dinamarquês, cuja interioridade apaixonada luta por um antídoto eficaz para a melancolia, a doença dos tempos mais recentes, que há de ser levada a sério.