O anjo (ou criatura superior a maniqueísmos), narrador desta novela de José Alfredo Santos Abrão, persegue Fernando Pessoa, que é perseguido pelo mago hedonista Aleister Crowley. Crowley, que foi considerado pela imprensa britânica como \u201co homem mais ímpio do mundo\u201d, por sua defesa herética da liberdade individual e espiritual numa Inglaterra anglicana, extremamente conservadora, cunhou a célebre frase cantada por Raul Seixas: \u201cFaze o que tu queres, há de ser tudo da Lei\u201d. É nessa condição de ocultista libertário que Crowley, na novela que o leitor tem em mãos, vai a Lisboa ao encontro de Fernando Pessoa \u2013 como de fato o foi, em 1930, movido por uma carta que o poeta lhe enviou, corrigindo dados astrológicos do grande mago.