Esta obra, fruto de pesquisa de doutoramento aprovada com louvor, demonstra que estudantes surdos usuários da Língua Brasileira de Sinais (Libras) podem sentir dificuldades para captar o preconceito por não compartilharem a língua com o sujeito preconceituoso geralmente, pessoa não surda e, ao mesmo tempo, conseguem apreender o fenômeno por meio de formações imaginárias e inferências. Observou-se que perceberam mais preconceito contra si em escolas nas quais conviviam com alunos que não são surdos. Por outro lado, registraram que, mesmo entre pessoas surdas, há expressões de preconceito, comprovando que não são imunes a ele, mesmo sofrendo com suas manifestações. Apontaram que costumam ou podem reagir ao preconceito com desprezo, diálogo, por meio de medidas judiciais, responsabilização de Deus ou violência física. Avaliaram que, mesmo em tempos que supostamente valorizam a inclusão socioeducativa, ainda não há plena compreensão da surdez e da Libras, o diálogo é truncado e a troca interpessoal, precária. O livro é de fundamental importância a todos, em tempos que valorizam e propiciam a discussão acerca da inclusão e tolerância em todos os espaços. Soa como um alerta ao urgente pensar a respeito da construção e necessária desconstrução do preconceito, não exclusivamente contra as pessoas surdas. A obra é um convite ao diálogo empático e ao pensamento com humanidade!