Nesta sua obra, falando sobre a valoração da prova e da sentença penal, Perfecto enfrenta os paradoxos e as complexidades da Ciência Jurídica, sem se amedrontar diante das dificuldades: afinal este ramo do Direito lida com um dos bens mais preciosos do ser humano, sua liberdade. E o sistema penal, este mal necessário, para não se tornar expressão de pura perversidade, teratologia e tirania, deve ser submetido às regras democráticas, mas não só sob o manto da formalidade. A democracia enquanto imperativo tem de impregnar as mentes dos juristas e, depois, suas práticas. E isto em um universo em que a maioria opta pelas facilidades do exclusivo uso do poder, sem as necessárias e complexas responsabilidades sociais. Para estes, Perfecto Ibáñez não dá trégua. E nem poderia, pois sua história representa uma liça constante contra qualquer opressão, sempre em defesa irrestrita e incansável dos Direito Humanos e da democracia social. Diz-lhes: "Condenar? Só após muita justificação, pois não basta apenas ter o poder de julgar."