Descalça as sandálias, porque o lugar que pisas é sagrado (Êx 3, 5), diz Javé a Moisés poucos momentos antes de revelar-lhe o Nome divino e a missão de que vai incumbi-lo. Isso é o que a Igreja nos diz toda a vez que nos encontramos diante de um ser humano, mesmo que seja um embrião, e temos o dever de intervir no seu corpo ou na sua mente, de decidir sobre o uso dos seus órgãos ou apenas de lhe dar um conselho importante. Pede-nos que nos aproximemos dele com reverência e temor, com a consciência clara de que a vida humana, essa vida humana concreta, é, da concepção ao túmulo, território sagrado, privativo do Criador. Esta é a única base em que uma bioética verdadeiramente humana se pode apoiar.