quase é um livro de poesia escrito por Juliana Marta, que nada e nadifica, faz das ninharias, coisas grandes, e das grandes coisas, insignificâncias. Começo a achar que todos os nadadores, aqueles que mergulham e atravessam pedaços de mar, são bons poetas e bons professores. Neste livro, precisamos atravessar as páginas nadando em crawl, com respiros rápidos e precisos, ou de costas, deslizando na superfície com toda a calma. No meio desta Pandemia, em que a vida humana foi posta em risco e riscada da lista de prioridades, rabiscar escritas e ver-se riscado por palavras, aparece como uma sorte de esperança. Como se fosse possível respirar de novo. Alguns versos têm qualquer coisa de revelatória, como se a autora tivesse ido longe demais na mente e nos desejos humanos e nos presenteado com faíscas que nos lembram da vida, do que significa, ainda, estar na vida como nadadora na água. Faíscas são coisas belas e fugazes. É preciso estar atento para não perder os gatos, as chuvas, as (...)