Por que os intelectuais desdenharam as mídias por tanto tempo? Por que essa repentina reconciliação? Por que foram eles tão lentos em compreender que a força íntima da televisão é o prazer que ela oferece ao espectador? Por que as análises sobre a produção cultural muito amiúde empacaram em questões industriais e comerciais? Por que a referência à biologia tem hoje tanto sucesso no discurso sobre as tecnologias de comunicação e de informação? Eis algumas questões que este livro pretende responder. Os autores mostram como, pelo estado de sua reflexão sobre as mídias, as sociedades pensaram e falaram sobre si mesmas. Tal problemática está longe de ser especulativa: as zonas de sombras nos saberes sobre as mídias não explicam também em parte as estratégias de modernização do sistema televisivo e as dificuldades do cidadão para perceber as mudanças do seu ambiente tecnológico? Os autores utilizam novas aproximações teóricas e práticas que aceitam pensar esse impensado. Longe dos caminhos batidos do consenso midiático, essas aproximações renovam o olhar crítico sobre as políticas que redesenham a paisagem nacional e internacional do audiovisual.